domingo, 12 de abril de 2009

Vulcanismo e Tectónica de Placas




O vulcanismo é o fenómeno geológico mais surpreendente, assunto fascinante para fotógrafos e cineastas. Para o geólogo um vulcão tem a propriedade inestimável de trazer à superfície material silicioso fundido, a que se chama magma.

Ora, o inte­rior do Globo, excepto a parte externa do núcleo, encontra-se em estado sólido. A produção de magma implica, em primeiro lugar, a fusão de uma parte do manto. O magma assim for­mado tem de abrir caminho para a superfície. Quando a alcança, fala-se de vulcões; quando pára na profundidade, aí cristalizando lentamente, cercado de rochas quentes, fala-se de plutões.

Os granitos são rochas plutónicas. O fenómenos magmáticos são, portanto, transferências de materiais em fusão das profundezas para a superfície, ou seja de zonas de temperatu­ras mais elevadas para zonas de temperaturas mais baixas. Trata-se de fenómenos que também transportam calor. Trans­porte de massa e transporte de energia térmica, eis a dualidade que caracteriza o vulcanismo.
Quando, após ter chegado à superfície, o magma arrefece e se solidifica, dá origem a rochas vulcânicas, cujo aspecto é muito característico, tanto ao microscópio como a olho nu. Deste modo, foi possível detectar a presença de rochas vulcâ­nicas em todas as formações geológicas, incluindo as mais anti­gas, as que possuem 3000 milhões de anos, na superfície da Lua, e, graças às fotografias tiradas pelas missões espaciais, sabe-se que a actividade vulcânica também existiu em Mercúrio e Marte. Tudo parece indicar que o fenómeno vulcânico é uma mani­festação das mais gerais no sistema solar e que sempre que ocorre comprova uma actividade interna do planeta.
O mapa dos vulcões actualmente activos à superfície da Terra revela que se distribuem por zonas estreitas e bem definidas. As cristas oceânicas constituem as zonas em que o vulcanismo se revela mais activo, se bem que bastante discreto, dado que na maioria dos casos é submarino. A Islândia, situada na crista médio-atlântica, possui, no entanto, uma actividade vulcânica intensa. As dragagens efectuadas nas cristas oceânicas trazem à superfície lavas recentes, que revelam um vulcanismo muito abundante. Nos continentes as cristas que se encontram em for­mação, como é o caso da zona dos grandes lagos africanos, comprovam igualmente uma grande actividade vulcânica.
Vulcanicamente activas são também as zonas de subducção. Basta lembrar a actividade vulcânica do Japão, das Filipinas, das ilhas da Sonda ou ainda do Chile, do Peru, do México ou da América Central. Apenas as zonas de falhas transformantes são vulcanicamente inactivas. Deste modo, fica clarificado o famoso problema da associação existente entre vulcões e sis­mos. Todas as zonas vulcânicas são sismicamente activas, mas o contrário já não é verdadeiro.



Não existem vulcões actuais na Turquia, na Jugoslávia no Norte da Grécia, tal como tam­bém não existem na zona da falha de Santo André, na Cali­fórnia. Apenas os limites de placas em que existem movimen­tos com uma componente vertical contêm vulcões, quer nas cristas, onde o manto vem fabricar novas superfícies oceâni­cas, quer nas zonas de subducção, em que porções das mesmas superfícies oceânicas desaparecem nas profundidades. As falhas transformantes, zonas ao longo das quais a superfície é con­servada, são somente os locais em que se registam movimen­tos horizontais, sendo, assim, «avulcânicas». A distribuição do vulcanismo pelo Globo parece, portanto, estar de acordo com o princípio da tectónica de placas.

Claude Allègre - A Espuma da Terra. Gradiva



quarta-feira, 4 de março de 2009

Evolução das Baleias

Depois do filme, os alunos fizeram um trabalho de pesquisa.
A melhor forma que encontrei para celebrar o Dia da Ciência, foi publicar aqui no Blogue do Sétimo B, um powerpoint de muito boa qualidade realizado por um aluno da turma.
Parabéns João Morais.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Biodiversidade e Tectónica de Placas



No início do Triásico, os continentes reunidos na Pangeia apresentavam uma fauna muito semelhante. Assim, por exemplo, após o seu aparecimento, os dinossauros dispersaram-se por essa grande área continental.

A abertura de oceanos provocou a separação da Pangeia em dois blocos, a Laurásia, a norte, e a Gondwana, a sul.
Muitas espécies agora separadas geograficamente evoluíram de modo diverso. Foi o caso dos dinossauros, cujos fósseis encontrados na Ásia, por exemplo, na China, evidenciam diferenças consideráveis em relação aos que existiam noutros continentes.

Novas aberturas oceânicas desde o início do Cretácico vão separar a África da América do Sul. Essa separação condicionou uma evolução diferente das espécies existentes até às espécies actuais.
Há cerca de 3 M.a., a América do Sul ficou ligada à América do Norte por terras emersas no istmo do Panamá. Daí resultaram migrações de animais entre os continentes com consequências consideráveis.
Em certos casos, mamíferos da América do Norte, mais complexos do que os da América do Sul, entraram em competição com estas espécies, provocando a sua extinção quase por completo.
No entanto, certas formas da América do Sul implantaram-se com sucesso na América do Norte, onde se encontram ainda actualmente, como é o caso do porco-espinho.



Indirectamente, os movimentos das placas litosféricas, modificando meios e climas, separando ou aproximando grupos de seres vivos, favoreceram os mecanismos da evolução.